A TEMPESTADE
Quando vi as falésias dando as costas para o mar
entendi, atônito, o que é o desprezo.
E vi o gigante, repelido,
balbuciando marulhos
e brisas inúteis.
Suas investidas, malogradas,
mais e mais o retraíam.
Mas, não tardou, veio a fúria:
o céu azul petróleo, depois azul-marinho,
cinza... negro...
Os raios como brados atrozes
e estampidos de trovões.
A tempestade, a ventania...
e o choque assombroso
das ondas contra as pedras.
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[Poema originalmente publicado no livro Cartografia do ser (2024)]
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